segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aves

Reprodução
Registro fóssil da espécie Archaeopteryx lithografica

As aves são animais vertebrados que podem ser facilmente distinguidos pela presença de penas. A pena é uma característica exclusiva desses animais, ou seja, está presente em todas as espécies do grupo. Além disso, as aves não possuem dentes, são endotérmicas e apresentam um metabolismo elevado.

As aves podem ser encontradas em todos os continentes e, atualmente, já foram descritas cerca de 12.000 espécies. Entre as espécies desse grupo há uma grande variedade de formas, tamanhos e hábitos. Existem desde espécies com poucos centímetros de altura até espécies como o avestruz, que pode atingir mais de dois metros de altura.

Embora a maioria das aves esteja adaptada ao vôo, existem algumas exceções. O pingüim, por exemplo, não voa, mas pode nadar e mergulhar. Já o avestruz pode caminhar e correr.

As aves surgiram durante a Era Mesozóica, cerca de 150 milhões de anos atrás. Acredita-se que elas evoluíram a partir de répteis bípedes, próximos aos dinossauros. O registro mais antigo de uma ave é o fóssil da espécie Archaeopteryx lithografica. Embora o Archaeopteryx possuísse penas, ele também apresentava outras características, como uma longa cauda e ossos compactos, mais semelhantes aos répteis do que às aves atuais.

Adaptações para o vôo

As aves possuem diversas adaptações para o vôo que estão relacionadas ao formato aerodinâmico e à redução do peso do corpo. A presença de membros anteriores, transformados em asas, e de penas são algumas dessas adaptações. A pena é uma estrutura leve, mas ao mesmo tempo flexível e resistente. Além de atuar no vôo, é também um importante isolante térmico.

O isolamento térmico fornecido pelas penas foi essencial para o surgimento da endotermia nas aves. Isso permitiu que o calor produzido pela alta taxa metabólica desses animais não se dissipasse para o ambiente externo. Esse isolamento também protege as aves da perda de calor gerada pela passagem do ar pelo corpo durante o vôo.

Muitos dos ossos das aves são pneumatizados. Isso significa que o seu interior é oco, o que os torna mais leves. No interior dos ossos pneumáticos existem extensões do pulmão chamadas de sacos aéreos. Os sacos aéreos contribuem para a redução da densidade das aves, além de promoverem a refrigeração interna e atuarem nas trocas gasosas durante a respiração.

Outras características que contribuem para a redução do peso são: ausência de dentes, ausência de bexiga urinária e atrofia das gônadas fora da época reprodutiva. Além disso, as fêmeas geralmente só possuem um ovário.

O osso que une as costelas na região ventral, o esterno, apresenta uma projeção chamada de quilha. A quilha é o ponto de inserção dos fortes músculos peitorais, responsáveis pelo batimento das asas.

Digestão e excreção

A ausência de dentes impede que as aves triturem o alimento na boca, antes de engolir. Esta função é assumida pela moela, uma região do estômago cujas paredes são dotadas de músculos fortes. Na moela os alimentos são triturados e esmagados, ou seja, é realizada a digestão mecânica. Algumas espécies armazenam pedrinhas na moela, que aumentam o atrito e auxiliam na trituração do alimento.

Muitas espécies possuem um papo. O papo corresponde a uma dilatação da porção posterior do esôfago e serve para armazenar, temporariamente, o alimento coletado. Quando estão com filhotes, as aves podem armazenar alimento no papo para transportá-lo até o ninho e alimentar a prole.

As aves, assim como a maioria dos répteis, excretam ácido úrico, uma substância nitrogenada que é insolúvel em água. As excretas são eliminadas na forma de uma pasta branca junto com as fezes, que possuem coloração escura.

Reprodução

A fecundação das aves é interna e, assim como os répteis, elas possuem um ovo terrestre com uma casca protetora externa. Internamente, encontram-se os anexos embrionários.

As aves são animais ovíparos, ou seja, botam ovos que completam seu desenvolvimento fora do corpo materno. Isso contribui para a redução do peso da fêmea, pois ela não carrega o ovo ou o embrião dentro de seu corpo, como na ovoviviparidade e na viviparidade.

As aves chocam os ovos e cuidam dos filhotes após o nascimento. Este comportamento de cuidado com a prole é chamado de cuidado parental. Em muitas espécies tanto a fêmea quanto o macho realizam esta atividade.

Órgãos dos sentidos

As aves possuem a visão e a audição bem desenvolvidas. Esses sentidos são essenciais para um deslocamento eficiente no ar, durante o vôo. Já o olfato é pouco desenvolvido na maioria das espécies.

A produção de sons é realizada através de uma estrutura situada na base da traquéia, a siringe. A vocalização possui uma grande importância na comunicação das aves, sendo uma característica particular de cada espécie.

Vermes

LOMBRIGAS
Ascaris lumbricoides
Lombrigas são cobrinhas redondas, leitosas ou rosadas, que medem 20 a 40 centímetros, têm vida sexual, liberam até 200.000 ovos por dia e duram em média um ano. Vivem no intestino delgado (jejuno e íleo) e se alimentam do quimo intestinal, isto é, daquilo em que se transformou a comida depois de sair do estômago. O diagnóstico é feito pela presença de ovos nas fezes. A transmissão se dá pelos ovos, que saem de um hospedeiro e entram em outro através de água, mãos, comida ou poeira contaminadas; moscas e baratas ajudam no transporte
Ciclo de vida: os ovos se abrem no intestino delgado e liberam larvas, que logo penetram nas paredes intestinais, mergulham na corrente sanguínea e seguem nela até os pulmões; ali desembarcam e passam a percorrer as vias respiratórias até atingir a traquéia e a faringe, por onde descem até chegar de novo ao intestino delgado, onde em 60 dias se tornam sexualmente ativas e começam a reprodução.
Os sintomas só aparecem quando a infecção é média (30 a 40 lombrigas) ou grande (mais de 100), e são: irritabilidade, desconforto, indigestão e fraqueza; olheiras, ranger de dentes à noite, coceira no nariz, edema, urticária, manchas claras circulares (panos) na pele, convulsões epileptiformes e alergias diversas; irritação na parede intestinal; inquietação e sobressaltos no sono, apetite irregular, perda de peso, cólicas súbitas ou desconforto intestinal, às vezes diarréia; tosse e coriza; anemia e desnutrição.
Sem tratamento, a população de lombrigas pode crescer a ponto de obstruir o intestino (é o chamado "bolo de lombrigas"). A passagem das larvas pelos pulmões provoca hemorragia nos delicados vasos sanguíneos, o que gera uma resposta inflamatória com edema, e a consequência provável é acúmulo de líquido nos pulmões e pneumonia, muitas vezes fatal. Mais: lombrigas invadem e bloqueiam os dutos pancreáticos ou biliares, causando pancreatite e hepatite agudas; perfuram o intestino delgado e provocam peritonite de consequências imprevisíveis.
Saem pelas fezes ou pela boca quando a criança tem febre. Às vezes sobem até os tubos respiratórios e provocam engasgo. Também são sensíveis a anestesia – há pacientes cirúrgicos que, na sala de recuperação, botam pela boca e até pelo nariz os vermes que abandonam o corpo.
Intestino preso pode fazer os ovos amadurecerem e eclodirem dentro do próprio hospedeiro, multiplicando por milhares as chances de problemas graves.
Quando o vermífugo é impróprio ou a dose é muito pequena as lombrigas fogem pelo primeiro buraco que aparece: vão para o apêndice cecal, causando apendicite aguda; obstruem o canal-colédoco (que liga o fígado ao duodeno), causando hepatite aguda; entopem o canal de Wirsung, causando pancreatite aguda; ou saem pelos orifícios da cabeça, que Deus nos livre.
OXIÚROS
Enterobius vermicularis
Oxiúros são brancos, finos como fios de linha, medem 1 centímetro de comprimento. Normalmente vivem no intestino grosso (ceco e apêndice), mas também são encontrados na vagina, no útero e na bexiga das mulheres.
As fêmeas deixam milhares de ovos ao redor do ânus, causando coceira e prurido, principalmente à noite. A auto-reinfestação e infestação geral da família acontecem pelas mãos, e principalmente unhas, que vão lá coçar e voltam cheias de ovinhos invisíveis que se espalham no ar, nos objetos, na tampa do vaso sanitário; podem ser ingeridos ou inalados; amadurecem no intestino delgado e abrem-se soltando larvas que viajam para o cécum, no intestino grosso; as larvas adultas copulam, põem ovos e repetem o ciclo.
Outros sintomas: sono agitado, palidez, falta de apetite, dor de estômago e corrimento vaginal com intensa coceira se os vermes conseguirem migrar para a vulva. Provocam alterações súbitas de humor durante a lua nova.
Não se faz exame de fezes para oxiúros; o teste é feito com uma fita adesiva – apertar um pedaço da fita sobre o ânus durante alguns segundos; retirar, colar na lâmina e olhar no microscópio. Usar um plástico na mão para evitar (re)infecção.
Se alguém da casa tem oxiúros, é provável que todos tenham. O tratamento deve ser coletivo, e é importante fazer uma higiene radical no banheiro, bem como em lençóis, toalhas, assentos e roupas. Como sempre, é fundamental lavar as mãos antes de comer, usar unhas curtas, não roê-las...
Vaselina pura, dentro e ao redor do ânus, melhora a coceira, e dizem que a aplicação do vermífugo é mais eficiente no último quarto de lua.
É um protozoário minúsculo, muito difícil de diagnosticar, que entra no organismo junto com os ovos de oxiúros. Provoca cólicas freqüentes, dores abdominais, fezes pastosas uma ou mais vezes por dia e intolerância a alimentos como chocolate e cerveja, o que pode levar o diagnóstico para o fígado. Para confirmar suspeitas de Dientamoeba é preciso colher as fezes no laboratório e examiná-las ainda quentes.
ANCILÓSTOMOS (AMARELÃO)
Necator americanus e Ancylostoma duodenale
Esta é a verminose dos que andam descalços, e o apelido de Amarelão descreve a situação de uma criança anêmica, que provavelmente come terra e é barriguda porque também tem lombrigas. O amarelão é causado principalmente por Necator americanus e Ancylostoma duodenale, cujas larvas entram pelos pés ou pernas do hospedeiro, provocando uma coceirinha na hora. Levam de cinco a trinta minutos para entrar e mais alguns dias para viajar até os pulmões pela circulação sanguínea. Nesse estágio o sintoma é uma tosse seca, com ou sem sangue. As larvas saem das vias respiratórias com a tosse e são engolidas, pelo próprio hospedeiro ou por quem recebe os perdigotos. Quando chegam ao intestino delgado se tornam adultas. Medem 1 centímetro e têm na boca vários dentes em forma de gancho, que usam para perfurar a mucosa intestinal e se alimentar de sangue. O macho e a fêmea copulam e ela pode produzir de 10 mil a 25 mil ovos por dia, que saem com as fezes e se abrem dois dias depois, liberando as larvas.
Calcula-se em 800 milhões o número de pessoas infectadas atualmente no mundo. Cada uma hospeda mil ou mais vermes do amarelão, podendo perder para eles até um copo (200 ml) de sangue por dia. O resultado disso é uma grave anemia, que mata crianças e pode levar adultos a muitas outras complicações.
As larvas das espécies A. caninum e A. braziliense infectam, respectivamente, cães e gatos. Podem penetrar nos tecidos humanos, mas não conseguem virar vermes adultos. Ficam migrando nos tecidos durante semanas ou meses, caracterizando, junto com a Toxocara, o que se chama de Larva migrans ou bicho geográfico.
LARVA MIGRANS
Toxocara canis, T. cati, Dipylidium caninum, Ancylostoma caninum, A. braziliense
Qualquer um desses vermes provoca a mesma doença - a Larva migrans é exatamente o que o nome sugere, uma larva migrando pelo corpo do hospedeiro errado; só viraria adulta nos intestinos de cães e gatos. O contágio se dá através de ovos em solos contaminados pelas fezes dos animais. O período de incubação dentro do corpo humano varia de semanas a meses após a ingestão do ovo.
A larva migrans cutânea invade só a pele, causando erupções geralmente nos pés, pernas e nádegas; os primeiros sinais são irritação ou bolhinhas a partir das quais vão surgindo túneis subcutâneos bem visíveis, de diferentes desenhos e comprimentos, que aumentam um centímetro por dia e motivam o apelido de bicho geográfico.
A larva migrans visceral se aprofunda e afeta os pulmões, provocando sintomas tipo bronquite, asma, tosse, coriza e febre; o fígado aumenta de tamanho e a eosinofilia vai de moderada a importante; as larvas podem invadir olhos, coração e sistema nervoso central.
Os sintomas são perda de apetite, febre, tosse, nariz escorrendo, erupções na pele, fígado e baço aumentados, dores abdominais, lesões oculares e problemas de visão.

Crustaceos



Os crustáceos receberam este nome por causa da composição do seu exoesqueleto de carbonato de cálcio, que forma uma crosta. São artrópodes de hábitos aquáticos, sendo a maioria marinha. As espécies mais conhecidas são as lagostas, camarões, siris, caranguejos e tatuzinhos.
O corpo é dividido em cabeça, tórax e abdome, ou em cefalotórax e abdome. Possuem 5 pares de apêndices, 2 pares de antenas na região cefálica, que é característica distintiva destes animais. Possuem um tronco segmentado e um telson na região terminal, portador de um ânus. Em muitos crustáceos o tórax está coberto por uma carapaça dorsal.

Tegumento
O exoesqueleto dos crustáceos é enriquecido com carbonato de cálcio. Por baixo do tegumento existem glândulas tegumentares e cromatóforos.
Locomoção
São animais nadadores, e a natação é promovida pelo movimento dos apêndices.
Algumas espécies são rastejadoras, pois possuem os apêndices pesados, que se adaptaram para rastejas e cavar.
Nutrição
Possuem uma variedade muito grande de dietas. Há na região da cabeça, ao redor da boca, um par de mandíbulas e outros apêndices para a obtenção de alimento. Grande parte dos representantes são filtradores, alimentando-se de plâncton e detritos. Este tipo de alimentação envolve cerdas, ao invés de cílios. Os apêndices criam uma corrente de movimentação de água e as partículas alimentares ficam presas nos apêndices ou cerdas filtradoras. São removidos destas cerdas por cerdas em forma de escova e levadas até as peças bucais. A boca está na posição ventral e o aparelho digestivo é reto.
Circulação
O sistema circulatório dos crustáceos é bastante parecido com o dos quelicerados. O coração varia desde um tubo longo até uma vesícula esférica (BARNES, 1990), localizada na região dorsal do tórax. O sangue possui células fagocíticas como amebócitos e granulosos que participam na coagulação.
As trocas gasosas são realizadas por brânquias.
Excreção
A amônia é a principal excreta nitrogenada. As glândulas responsáveis pela excreção são as glândulas antenais, ou glândulas verdes. Alguns experimentos mostram que as brânquias ajudam na excreção da amônia. As brânquias são os principais órgãos para a manutenção osmótica.
Possuem nefrócitos (células que recolhem e acumulam partículas de excreção) nos eixos das brânquias e base das pernas.
Sistema Nervoso
Muitos grupos desenvolveram vários graus de fusão medial e longitudinal dos gânglios. Possuem como estruturas sensoriais os estatocistos, olhos, proprioceptores, receptores táteis e quimiorreceptores. Os olhos são de dois tipos: medianos e compostos. O mediano é característico da larva e pode ou não persistir no adulto. Os ocelos são compostos de células fotorreceptoras. O olho mediano serve para orientação. Os adultos têm 2 olhos compostos na região lateral da cabeça. Algumas espécies não possuem olhos compostos.
Sistema Reprodutor
A maioria dos crustáceos é dióica, embora existam espécies hermafroditas como a Craca. As gônadas encontram-se na posição dorsal do tórax ou abdome e são estruturas alongadas, encontradas aos pares. O macho dispõe de vários apêndices modificados para segurar a fêmea. Em algumas espécies os espermatozóides são aflagelados e imóveis, e em outras são transmitidos por espermatóforos. Algumas fêmeas podem possuir um receptáculo seminal.
Em geral as fêmeas incubam os ovos em apêndices ou em câmaras incubadoras (sacos ovígeros). Os ovos são centrolécitos, possuem desenvolvimento indireto e, na maioria dos casos, mais de um tipo de larva. O lagostim possui desenvolvimento direto.

Insetos

Os insetos compreendem o mais numeroso grupo de animais. Existem mais de 750.000 mil espécies descritas. Encontra-se nesta classe uma grande irradiação adaptativa, o que proporcionou a estes animais o sucesso de sobrevivência.

Possuem uma importância econômica e ecológica muito grande, muitas flores dependem dos insetos polinizadores para sua reprodução, muitos insetos são vetores de doenças e pragas na agricultura, etc.
Estrutura corporal
O corpo dos insetos é dividido em cabeça, tórax e abdome. Possuem 3 pares de pernas, um ou dois pares de asas, um par de antenas e um par de olhos compostos. São hipognatos (peças bucais dirigidas para baixo), algumas espécies predadoras possuem as peças dirigidas para frente, e os hemípteros e homópteros (sugadores) possuem as peças voltadas para trás.
O tórax é dividido em protórax, mesotórax e metatórax. Cada segmento possui um par de pernas.

Vôo
Muitos insetos possuem asas e esta é uma característica marcante e muito importante na adaptação destes animais. Algumas espécies possuem asas em apenas curtos períodos do clico de vida. As asas são dobras do tegumento e compostas de duas camadas de cutícula. As nervuras formam um suporte esquelético para a asa. Cada inseto possui uma asa adaptada ao tipo de vôo. As asas têm caráter sistemático nos insetos.
Elas movimentam-se para cima e para baixo, para frente e para trás, para que possam voar. Estes movimentos acontecem graças ã contração de uma série de músculos, existindo um impulso nervoso para cada contração muscular.
A velocidade do batimento da asa também varia conforme a espécie, a modalidade de vôo e do fluxo de ar.
Digestão
A dietas são muito variadas e os insetos possuem um aparelho bucal para cada tipo: sugador, picador, mastigador e lambedor.
A maioria dos insetos possui glândulas salivares labiais. Em algumas mariposas, abelhas e vespas estas glândulas secretam o material de seda para a confecção da pupa.
A maioria possui cecos gástricos, que abrigam um regenerador da fauna bacteriana no intestino.
Circulação
O coração está localizado no seio pericárdico e é de forma tubular. O sangue dos insetos é de cor verde ou incolor. A circulação é do tipo aberta.
Respiração
É realizada por traquéias, onde existem numerosas invaginações no corpo, que se ramificam muito até entrar em contato com as células. Os orifícios que comunicam as traquéias com o exterior são chamados espiráculos. Desta forma o sangue não tem função respiratória. As trocas gasosas são feitas por difusão através do gradiente de concentração.
Alguns insetos muito pequenos não possuem traquéias e suas trocas gasosas são feitas por toda a superfície do corpo.

Excreção
A excreção é feita pelos túbulos de Malpighi e a principal excreta nitrogenada é o ácido úrico, que é excretado junto com as fezes. Nem todas as excretas saem pelos túbulos de Malpighi. Alguns sais são depositados na cutícula e são descartados na muda. A excreção do ácido úrico representa uma grande economia de água, devido ao metabolismo de proteínas.

Reprodução
Os insetos são dióicos, com fecundação interna, ovíparos e possuem os seguintes tipos de desenvolvimento:
Direto: Não apresenta metamorfose, chamado de desenvolvimento ametábolo. Do ovo eclode um jovem parecido com o adulto.
Indireto: Apresentam metamorfose. De acordo com ela podem se dividir em:
- Hemimetábolos: Apresentam metamorfose incompleta. Do ovo eclode uma ninfa, semelhante ao adulto, mas sem asas. Exemplo: Libélulas
- Holometábolos: Apresentam metamorfose completa. Do ovo eclode uma larva, que se alimenta ativamente e depois forma uma pupa, que pode construir um casulo. Na pupa ocorre a metamorfose e dela sai um indivíduo adulto. Alguns representam forma larval aquática. Exemplos: mosca, borboleta, etc.
Parasitismo, comunicação e insetos sociais
O parasitismo é uma adaptação para satisfazer as necessidades alimentares de cada animal. Existem espécies parasitas de humanos, como o piolho, e vetores de doenças (veja: Dengue), como os pernilongos.
Os insetos comunicam entre si através de sinais químicos, táteis e visuais. Os ferormônios são muito conhecidos por essa comunicação química. As formigas deixam sinais químicos no solo como marcadores do caminho, por exemplo. A luz emitida pelos vagalumes tem função de atração sexual e a produção de som pelas cigarras, gafanhotos e grilos também.
Existem insetos ditos sociais, onde os indivíduos são interdependentes, embora morfologicamente diferentes. Estas organizações desenvolveram-se entre os cupins, formigas, abelhas e vespas. Existe uma hierarquia e nenhum indivíduo pode viver fora da colônia

Aracnideos

Os aracnídeos são animais pertencentes ao subfilo Chelicerata. Compreendem as aranhas, escorpiões, ácaros e carrapatos. O corpo é dividido em cefalotórax e abdôme. O 1º par de apêndices são chamados de quelíceras (por isso subfilo Chelicerata) e é utilizado como estrutura para alimentação. O 2o par de apêndices é chamado de pedipalpos e desempenha várias funções. A classe Arachnida compreende a mais importante dos quelicerados. Estão descritas cerca de 65.000 espécies, organizadas em onze ordens, tais como: Scorpiones (escorpiões), Opiliones (opiliões), Araneae (aranhas), Acari (ácaros e carraças) e Pseudoscorpiones (pseudoescorpiões).

Digestão
São animais carnívoros e a digestão é parcialmente extracelular. Utilizando as quelíceras e os pedipalpos, eles matam e prendem as presas, geralmente pequenos artrópodes. O intestino médio então secreta enzimas que saem pela boca e digerem a presa dilacerada até formar um líquido. O animal ingere esse líquido, que passa pela boca, faringe, intestino anterior, esôfago, intestino médio e intestino posterior. A presa é digerida e absorvida no intestino médio e armazenada nas células intersticiais.
Excreção
Os órgãos excretores dos aracnídeos são os túbulos me Malpighi e as glândulas coxais. A principal excreta nitrogenada é a guanina. As gândulas coxais são sacos esféricos de paredes delgadas, situadas ao longo dos lados do prossomo, que coletam detritos do sangue circundante. Os detritos são transportados ao exterior através de um longo ducto espiralado que se abre nas coxas dos apêndices. Os túbulos de Malpighi são um ou dois pares de tubos que se originam na parte próxima ao intestino e se ramificam (Barnes, 1990). Os detritos passam do sangue pelas paredes dos túbulos para o lúmen e para o intestino.
Sistema Nervoso
O cérebro é uma massa ganglionar anterior situada acima do esôfago (BARNES, 1990). O sistema nervoso dos aracnídeos é como um anel em volta do esôfago. Dele saem nervos e um feixe nervoso. Apresentam órgão sensoriais como olhos e pêlos.
Respiração
A respiração dos aracnídeos é feita por filotraquéias ou pulmões foliáceos. Os pulmões foliáceos ocorrem aos pares e ocupam posição ventral no abdome. As filotraquéias estão em contato com o ambiente por uma abertura na região abdominal. Possuem várias lâminas que estão superpostas e bastante vascularizadas. O ar entra pela abertura e passa pelas lâminas onde ocorrem as trocas gasosas.
O sistema traqueal é parecido com o dos insetos, porém parece ser mais evoluído nos aracnídeos.

Circulação
A circulação é aberta. O coração está localizado na parte anterior do abdome, é segmentado, com um par de óstios para cada segmento. Em alguns ácaros, por não possuirem segmentação, o coração é ausente.
Reprodução
A transmissão indireta de espermatozóides por meio de um espermatóforo é característico de muitos aracnídeos (Weygoldt, 1974). Existe um padrão de comportamento e atração para o acasalamento. A fecundação é interna e o desenvolvimento é direto. Os ovos são ricos em vitelo.
Ordem Scorpiones (escorpiões)
Formam o mais antigo grupo de artrópodes terrestres conhecidos. São animais de hábitos noturnos. Durante o dia ficam escondidos em baixo de troncos, pedras e buracos no solo. Possuem de 3 a 9 cm de comprimento. As quelíceras são pequenas mas os pedipalpos são grandes e formam uma estrutura em forma de pinça para captura de presas. Na parte posterior do abdome há uma “cauda” que possui um aguilhão, estrutura característica dos escorpiões. A ponta do aguilhão injeta veneno, que é produzido por um par de glândulas. O veneno tem ação neurotóxica e pode até matar uma pessoa, causando paralisia dos músculos respiratórios e cardíacos. Os escorpiões são carnívoros. Costumam executar um ritual de acasalamento antes da cópula.
Ordem Araneae (aranhas)
As aranhas são produtoras de teia e seda, utilizam veneno com defesa e alimentação, algumas possuem visão bem desenvolvidas e são excelentes caçadoras. Variam de 0,5mm de comprimento até vários centímetros, como a tarântula e a caranguejeira. A seda das aranhas é parecida com a das lagartas, composta por várias proteínas. A teia é secretada por glândulas sericígenas, localizadas dentro do abdome. As teias podem ser usadas para a captura de presa, como fio de guia, refúgio e proteção para os ovos. As aranhas alimentam-se normalmente de insetos. Algumas aranhas produzem veneno, que tem ação neurotóxica. Possuem pulmões foliáceos e traquéias para a respiração. Os batimentos cardíacos variam de 9 a 125 batimentos por minuto, dependendo do tamanho do corpo. A excreção é feita por glândulas coxais.
Ordem Acari (ácaros e carraças)
É o grupo de animais mais importante desta classe, do ponto de vista econômico pois causam e transmitem doenças, destroem alimentos e causam prejuízos às plantações. Existem cerca de 25 mil espécies descritas. Os ácaros medem cerca de 1mm de comprimento.